Um dia mágico com a Nuvem

Nuvem Movel em Campinas

As fotos não ficaram a altura de um dia tão incrível. Elas foram feitas em um celular ‘podrinho’ mas isso não é relavante. O importante é o sentimento que ficou de uma experiência incrível.

Há um ano comecei andar de bike por Campinas e sempre tive uma birra em fazer isso de forma coletiva, pois todos os grupos pareciam ‘fitness’ demais e divertido ‘de menos’, cheios de regras para poder participar e com aquelas camisetas horrorosas que te fazem parecer parte uma escola.

Então, recebi o convite do pessoal do Ateliê Aberto para ingressar na Nuvem. E lá fui eu, de forma tímida, junto a minha mini bike.

A Nuvem é mais do que um coletivo e suas bicicletas. A Nuvem Móvel é uma plataforma multidisciplinar e autônoma que se dispõe a usar os espaços públicos para gerar interação artística através da música e happenings que se formam com a colaboração de quem estiver disposto a participar e interagir.

Saímos do Centro de Convivência, rumo a estação Cultura. Logo de cara já fui conquistada! Saímos bom Bonobo como trilha daquelas primeiras pedaladas. Descemos a General Osório, entramos na Anchieta, subimos a Thomaz Alvez, entramos na Francisco Glicério e de lá atravessamos o centro pela 13 de Maio, em direção a Estação.
O trecho da 13 de maio foi lúdico; as pessoas não sabiam de onde vinha aquela música e, de repente, um caminho de ciclistas vestidos de preto, vermelho, branco – todas as cores – e com cabelos ‘estranhos’, tatuagens, botas, tênis e ouvindo uma música que agradava.
Tudo de uma forma leve, sem atrapalhar as pessoas e algumas, na rua, se arriscavam a interagir, bater palmas, dar gritinhos, elogiar. Uma leveza divertida pairou sobre a 13 de maio, naquele ninho de lojas e consumidores.

Chegamos a Estação e a atravessamos por fora, até uma ‘entrada’ no alambrado. Por ela, atravessamos os trilhos e chegamos a antiga oficina da Ferroban. Entrar neste enorme prédio (da Ferroban) foi um dos momentos inesquecíveis. Várias bicicletas correndo, passando pelas pilastras, circulando no meio daquele eco enorme e com a música nas caixas das bicicletas. Atravessamos o prédio e saímos em um grande “cemitério de trens”.
E foi ali que vimos um pôr-do-sol único. De um lado, o sol e um céu laranja, do outro, um céu azul-azul e uma lua branca, enorme, rumo ao alto.
Um pôr-dol-sol inesquecível, fechando aquela tarde e dando boas vindas a noite: a festa que iria começar.

E de uma forma colaborativa, iniciou-se uma festa na frente do galpão, com bebidas, gelo e pessoas que foram chegando; música, luzes sutis, fogueira, tecidos jogados no chão… De modo simples, isso aconteceu, as pessoas interagiram, a noite seguiu até a Guarda Municipal aparecer – mas daí já era hora de partir e dar fim àquele dia mágico. E, assim, fizemos o mesmo trajeto de volta e a Nuvem se dissipou.

Foi uma experiência única, dentro de um tempo inexistente, em um terreno que parecia estar em uma região à parte de Campinas. Horas que trouxeram o pensamento de como é fácil criar interação e diversão. Sem lucros, sem líderes, sem valores: apenas com boas ações e disposição.

A Nuvem me trouxe algumas boas repostas. Neste momento, que acabei de me afastar das produções de festas, por optar outros caminhos e dar prioridade ao meu amarelo.nu. E estou aqui, eufórica ao mesmo tempo que reflexiva, e amando esta boa onda que a Nuvem me deixou.

Obrigada, Nuvem. Obrigada, Ateliê Aberto Produções Contemporâneas. Obrigada, Lucas Silveira.

 

Todas as fotos, aqui:  http://ow.ly/ndi2n

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